Sei que no futebol não temos boas lembranças da França, até por que Zizu não deixava.
No automobilismo essa história é diferente. E não estou falando de Senna e Prost, mas, sim do Ford Corcel em relação ao Renault R-12.
Nos anos de 1960 a Ford estava comprando a Willys do Brasil. Tão logo já sentiram que era necessário substituir a linha Dauphine/Gordini. Eles acharam a Renault para uma pareceria e o carro seria fabricado aqui e na França. Um detalhe: Os franceses iriam dar a mecânica e os brasileiros poderiam ter seu própio desenho.
"Em 1966, fui com Max Pearce (presidente da Willys), Frank Erdman (engenheiro) e Roberto Araújo( jovem talentoso criador do desenho primoroso do Corcel em cima do R-12) para a pista de provas da Renault, em Lardy. Junto com o teste mecânico do modelo europeu, seriam exibidos na França, pela 1° vez os protótipos aprovados para os dois países. Foi um banho. O nosso carro, o M (de Max Pearce) era moderno e bonito, tinha linhas internacionais. O desenho francês, do que seria o R-12, era um horror. Desengonçado. Sem graça. O Roberto beneficiado pela comparação não festejou. Ficou encabulado. Mas todos nós batemos palmas quando um mecânico parisiense perguntou ao seu chefe: 'Por que a gente não joga fora essa nossa feiúra e adere logo ao estilo brasieleiro?'" Disse Mauro Salles, na época responsável pela publicidade da Willys, em uma de suas colunas na Quatro Rodas.
Ao que tudo indica os franceses não fizeram assim, preferiram retaradar o tempo de lançamento e dar alguns retoques (em vão), e lançaram o R-12.
O francesinho ficou famoso por ser um dos piores Renault's em termos de design. Já o nosso Cavalo de Raça foi um dos mais celebres Ford's. Vendeu Milhões de unidades, teve desenho marcante e uma mecânica confiável que até hoje nos faz vê-lo por essas ruas de solo lunar.
As linhas do Corcel exalam beleza
Estamos diante de um patinho feio que nunca virou Cisne

