Mais conhecida pela belíssima tradição nas motos, poucos sabem que a Yamaha vez ou outra contribui no meio automobilístico com sua engenharia, gerando modelos muito interessantes.
A princípio, a Yamaha ensaiava sua entrada no meio automobilístico ajudando a Nissan/Datsun. Depois, as duas, com o objetivo de desenvolver um substituto do valente Fairlady, encaminharam o projeto A550X. Entretanto, a parceria não deu certo, devido a análise da engenharia da Nissan, acreditando que o motor 2,0 litros DOHC não atendesse às expectativas do projeto. Mas, ao que tudo indica, a Datsun continuaria com a ideia fixa de um Gran Turismo. Tanto que disponibilizaria ao mercado o 240Z, em 1969.


Toyota 2000GT
Logo após o fim da parceria, a Yamaha apresentou protótipo A550X (comprado da Nissan/Datsun) a Toyota. Com a parceria formada, gerou-se o projeto 280A. Liderado por Jiro Kawano (Gerente de corrida) e Satoru Nozaki (Designer). Apreciando-o, em 1967, o 2000GT era apresentado. Até então, os fabricantes japoneses não possuíam experiência com superesportivos. Porém, tudo mudaria com o 2000GT. O desenho da carroceria aliado aos faróis de milha, mostram como a engenharia conseguia evitar o conflito entre as linhas da beleza e aerodinâmica. Dois carros serviram de inspiração para o 2000GT: Jaguar E-Type e Lotus Elan. O primeiro pelo desenho da carroceria e o segundo pelo tipo de construção chassi/carroceria, que deveria ser leve.

Belo interior
O 2000GT recebeu dois motores ao longo de sua produção (1967-1970). Um deles, o 2M, possuía seis cilindros em linha de 2,3 litros e cabeçote SOHC. Era compartilhado com o sedã Crown, porém graças há alguns aprimoramentos e junto com três carburadores desenvolvia 116 cv a 5.200 rpm e torque 17,5 kgfm a 3.600 rpm. O 3M, era desenvolvido pela Yamaha. Tratava-se, também, de um seis cilindros em linha com três carburadores. Mas, de 2,0 litros e cabeçote DOHC com duas válvulas por cilindro. Sua potência era de 152 cv a 6.600 rpm e torque de 18 kgfm 5.000 rpm. Acoplado ao motor poderia vim uma transmissão manual de cinco marchas ou automática de três. Sua suspensão era independente do tipo "duplo triângulo" e os freios eram a disco nas quatro rodas.
Motor 2M standard Toyota de 2,3 litros

Motor 3M desenvolvido pela Yamaha: 2,0 Litros
Era mais caro que Porsche 911S (182 cv) e o Jaguar E-Type (268 cv), $ 6.800,00 na época. Convenhamos que o belo interior com detalhes em madeira ajudava a elevar o preço. Hoje há exemplar que pode chegar a valer $ 1.200.000,00. Testes de época, revelam que o o 2000GT acompanhava de perto o alemão. Porém, quando confrontado com o inglês ficava para trás. Observação: os dados de potência e torque do 2000GT, 911S e E-Type estão na norma SAE (Society of Automotive Engineers). Ao todo, foram 351 unidades fabricadas, sendo: 233 MF10 (mercado japonês), 109 MF10L (exportação, direção lado esquerdo) e 9 MF12 (motor 2,3 litros da Toyota).
Motor 2ZZ-GE em um Corolla XRS
A cooperação entre Yamaha e Toyota não terminaria com o 2000GT. Anos mais tarde a Yamaha ajudou no desenvolvimento do motor 2ZZ-GE de 1,8 litro. Este motor equipou uma infinidade de modelos esportivos compactos. Desde o hatchback Matrix XRS, passando por Celica GT-S e Lotus Exige.

Motor de 3,0 litros do Ford Taurus SHO de primeira geração
Depois do 2ZZ-GE, a Yamaha faria outros projetos, principalmente com outros motores. Como o sedã Ford Taurus SHO de primeira geração. A fabricante japonesa participou projetando o motor de V6 3,0 litros com cabeçote DOHC de 24 válvulas. Rendia de 220 cv a 6.000 rpm. Para a Volvo, desenvolveu o motor V8 de 4,4 litros, chamado de B8444S, que estreou em 2005 no XC90 e, posteriormente equipou a segunda geração do sedã S80 em 2006. Desenvolvendo 315 cv em ambos os modelos.

Motor Yamaha/Volvo que equipou o XC90 e depois o S80








